COMO CONSEGUIR A EXCELÊNCIA NA GESTÃO DA SUA EMPRESA (Terceira e Última Parte)
A imagem em destaque, que se segue, representa o comportamento de muitas diretorias de organizações. Muitos executivos se fecham e acabam voltando suas preocupações apenas para rotinas operacionais com análise de relatórios, pagamentos de fornecedores, resultados das vendas.
Fecham seus olhos para o que está se passando em sua volta e não são capazes nem mesmo de caminhar (visitar) por toda a empresa.
Outros até visitam os departamentos, seções, filiais. E também fazem reuniões via web, mais somente para dar ordens, nunca ouvindo o que seus colaboradores têm a dizer.
Pelo que aprendemos até agora, podemos observar que no mínimo estas diretorias não dão importância a três conceitos fundamentais de Excelência da Gestão:
1- Pensamento sistêmico;
2- Atuação em rede
3- Valorização das pessoas e da cultura;
Imagine agora uma diretoria mais completa, que observa tudo que possa ser importante, que agregue valor ao desenvolvimento da empresa, mas que erre em falar com seus colaboradores. Entram em contato com eles, fazem reuniões (apenas de comunicação – que na verdade não é uma reunião, pois só uma via fala), mas não escutam as dificuldades, os problemas.
Podemos dizer que estes diretores são incapazes de entender que ouvir os executores, os que trabalham diretamente com a produção, também faz parte do processo e, acabam não dando valor ao conceito da Liderança transformadora, colocando muitas vezes em cheque a sua autoridade, o futuro e a competitividade da empresa.
Com este simples exemplo demonstrado acima, é que procuramos mostrar algumas falhas da cúpula de uma organização e a importância da aplicação dos conceitos fundamentais de Excelência da Gestão.
Nos dois artigos anteriores nós abordamos os seguintes assuntos:
- Quando foi criada a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ);
- O que significa este prêmio;
- Qual a periodicidade da realização do Prêmio e o que ele objetiva;
- Como é constituído o Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) e;
- Quais são os 13 Conceitos Fundamentais da Excelência em Gestão.
As empresas podem aplicar os 13 Conceitos Fundamentais da Excelência em Gestão como um programa de melhoria da sua Gestão por meio de autoavaliações, o que vai gerar um profundo diagnóstico do seu sistema de Gestão que deve ser seguido de estratégias de melhoria.
Reapresentaremos agora os 13 conceitos fundamentais da excelência em gestão das empresas brasileiras. Os conceitos que estão marcados, a seguir, de VERMELHO foram explicados no primeiro artigo deste tema. Os que estão marcados, em seguida, de AZUL foram apresentados no segundo artigo e os que estão marcados de VERDE, serão agora conceituados neste artigo que é o terceiro e último artigo sobre este tema.
1- Pensamento sistêmico;
2- Atuação em rede;
3- Aprendizado organizacional;
4- Inovação;
5- Agilidade;
6- Liderança transformadora;
7- Olhar para o futuro;
8- Conhecimento sobre os clientes e mercados;
9- responsabilidade social;
10- Valorização das pessoas e da cultura;
11- Decisões fundamentadas;
12- Orientações por processos e;
13- Geração de valor.
8º – Conhecimento sobre os clientes e mercados
A interação da organização com seus clientes, e com os mercados com os quais atua, proporciona um fluxo de conhecimento mútuo de extrema relevância para o cumprimento de sua missão de forma sustentável.
As organizações precisam valorizar a interação com as partes interessadas. Precisa haver um bom fluxo de transferência de informações que colabore com o aumento do aprendizado por parte da empresa, colaboradores, fornecedores, clientes e sociedade.
Isto leva a organização a ter longevidade, ou seja, se perpetuar.
As empresas precisam conhecer bem os seus clientes, seus hábitos, gostos e necessidades. Devem estar “antenadas” para o gênero dos clientes, a faixa de idade que mais compra, sua profissão, etc.
Conhecendo os gostos dos clientes será possível desenvolver novos produtos que atendam melhor as suas necessidades, além de descobrir novos mercados.
A valorização do cliente e a preocupação com as vendas não deve ser uma prerrogativa apenas do setor, departamento ou diretoria de vendas. Os demais setores da instituição também devem encontrar formas de colaborarem para o aumento da performance (desempenho) das vendas, fonte vital de sobrevivência para as empresas e a manutenção dos empregos.
As organizações devem diferenciar o seu produto e se destacar em relação aos produtos oferecidos pela concorrência.
No caso de estarem perdendo clientes, devem ser ágeis em descobrir os motivos pelos quais esta perda está sendo gerada.
Precisam estar atentas as mudanças do mercado, pois seus métodos e produtos não podem estar desatualizados, ou até mesmo, fora de moda.
As empresas precisam trazer o cliente para mais perto e desta forma conseguir a sua fidelidade. Há muitos casos em que os próprios clientes relatam o comportamento da concorrência. Então, dessa forma, o cliente também pode ser visto como um parceiro, um colaborador. É importante que a empresa tenha esta visão estratégica.
9º Responsabilidade Social
A responsabilidade social pressupõe o reconhecimento da sociedade humana e de todos os entes que constituem o meio ambiente como parte do ecossistema em que a organização se insere, com necessidades e expectativas que precisam ser identificadas, compreendidas e atendidas.
As empresas devem se conscientizar de sua responsabilidade moral e cívica, entendendo qual o seu papel no desenvolvimento da sociedade.
As organizações não devem fazer nenhum tipo de segregação quanto à origem, opção sexual, idade, cor, religião, posição filosófica, etc. Devem agir com ética e deixando clara sua política não discriminatória no tratamento de todas as partes interessadas.
A fabricação de produtos não pode causar danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas. Todas as formas de poluição devem ser tratadas.
Ações preventivas devem ser tomadas para eliminar ou minimizar os impactos prejudiciais ao ambiente e à sociedade.
A organização deve buscar o desenvolvimento sustentável: identificar os impactos na sociedade que possam decorrer de suas instalações, processos, produtos e serviços e executar ações preventivas para eliminar ou minimizar esses impactos em todo o ciclo de vida das instalações, produtos e serviços.
Os impactos, que não possam ser eliminados, devem ser compensados.
As empresas no cumprimento da sua responsabilidade social devem exercer a cidadania promovendo ações de interesse social para a educação, a cultura, o esporte e o lazer, contribuindo para o desenvolvimento da sua região e até mesmo para o desenvolvimento do país.
As empresas também devem procurar formas de atuarem em conjunto com outras empresas e instituições para estimularem pessoas e outras empresas a se engajarem em ações sociais.
Por exemplo, numa região comercial, os comerciantes podem se unir para aumentar a segurança, revitalizar o local, promover cursos, ações de saúde, melhorias na iluminação, etc.
11º Decisões fundamentadas
As decisões tomadas são produtos dos processos gerenciais. Todos na organização recebem e geram informações, que alimentam os processos e permitem a tomada de decisões sobre direções a seguir e ações a executar.
Quanto mais as decisões forem formuladas utilizando informações consistentes, mais eficazes serão as ações e direções resultantes, pela redução das incertezas.
As decisões não devem ser tomadas com base em uma única fonte de informação ou pessoa. Quanto mais fontes de informações ou pessoas (conselheiros) o tomador de decisão procurar consultar, mais seguro estará de que está tomando a melhor decisão.
As informações podem vir de medições, avaliações, pareceres, análises de riscos, feitos por profissionais especializados e experientes.
Decisões são tomadas continuamente em todos os níveis, desde o estratégico de longo prazo até o mais operacional possível. Esses profissionais devem estar bem preparados para a tomada de decisão, usando ferramentas que otimizem (aperfeiçoem) a escolha da melhor decisão para a empresa.
Os dados estatísticos contribuem para a avaliação do desempenho das empresas em determinado período de tempo (dias, meses, anos). As metas podem ser traçadas de acordo com o desempenho do passado e também com os dados do crescimento econômico do país.
Estes dados devem ser atualizados e revisados periodicamente, para serem sempre consultados e gerarem confiança de suas informações, apoiando assim a tomada de decisão eficaz.
O uso de referenciais comparativos possibilita a avaliação da competitividade, dos resultados obtidos em relação a outras organizações, assim como a consciência de níveis de desempenho e das possíveis melhorias esperadas pelas partes interessadas. Permite, ainda, o monitoramento do nível de comprometimento da organização.
12º Orientações por processos
O funcionamento de uma organização está baseado em um conjunto de atividades transformadoras inter-relacionadas. Para agregar valor aos clientes e às demais partes interessadas, é importante configurar os processos em unidades facilmente gerenciáveis e estabelecer seus padrões para atender aos requisitos de desempenho.
A satisfação das partes interessadas é alcançada pela tradução de suas necessidades e expectativas em requisitos para os produtos e serviços e seu desdobramento para cada processo na cadeia de valor.
Isto permite planejar e executar melhor as atividades, pela definição adequada de responsabilidades; uso dos recursos de modo mais eficiente; realização da prevenção e solução de problemas; eliminação de atividades redundantes; a fim de aumentar a produtividade.
Quando o domínio dos processos é pleno, há previsibilidade dos resultados, o que serve de base para a implementação de inovação e melhorias.
A tomada de decisão, em todos os níveis da organização, deve se apoiar na análise de fatos, dados e informações dos ambientes interno e externo, abrangendo todas as partes interessadas. As medições devem refletir as necessidades e estratégias da organização e fornecer informações confiáveis sobre processos e resultados.
Para dar eficácia ao processo de tomada de decisões, a organização deve dispor de sistemas estruturados de informação adequados às suas atividades e desenvolver formas de obtenção e uso sistemático de informações comparativas.
13º Geração de valor
O desenvolvimento sustentável é promovido com a geração de valor econômico, social e ambiental pela organização a partir da criação de valor para as partes interessadas, por meio da mobilização de pessoas e execução de processos da cadeia de valor.
Gerar valor para todas as partes interessadas (que são aqueles que correspondem a todos os elementos: pessoas, instituições, grupos, órgãos governamentais, etc., que de alguma forma afetam ou são afetados pela sua organização) visa aprimorar relações de qualidade e assegurar o desenvolvimento da organização.
A organização que age desta forma, enfatiza o acompanhamento dos resultados em relação às metas, a comparação destes com referenciais pertinentes e o monitoramento da satisfação de todas as partes interessadas, obtendo sucesso de forma sustentada e adicionando valor para todas elas.
Atendendo a todas as partes interessadas o sucesso da organização será potencializado e a organização poderá se desenvolver de forma sustentável.
A geração de valor depende cada vez mais do capital intelectual (colaboradores), que atualmente representam a maior parte do valor das organizações.
Além disso, o conhecimento tácito (aquele que é pessoal e complexo, oriundo da experiência, das crenças, das percepções e da forma como vemos o mundo à nossa volta) oriundo do trabalho em redes formais e informais também deve ser considerado.
Este tema foi dividido em 3 artigos. Releia os artigos anteriores e comece a aplicar estes conceitos não só na sua empresa como na sua vida.
Leia ou releia o primeiro artigo desta série:
Você também pode ler ou reler o segundo artigo desta série:
Você também poderá saber mais sobre O Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ), diretamente no site http://www.fnq.org.br/, que é o site da Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (FPNQ), lá também sua empresa poderá ser inscrita para concorrer à premiação, depois que introduzir os conceitos fundamentais da excelência em gestão.
Não deixe de pôr em prática estes conceitos, vamos juntos tornar as organizações brasileiras mais eficientes.
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Um grande Abraço, fiquem com Deus e vamos rentabilizar !!!
Msc. Adriano Coêlho. Economista, Especialista em Gestão Pública, Mestre em Sistemas de Gestão, Fundador do Blog Mais Recursos.
Artigo muito bom, relamente nos tempos de hoje os empresários não estão animados e precisam melhor isso, eles tem que dar mais atenção a idéias.