QUAL A SUA GERAÇÃO?

Quanto maior for a diversidade da força de trabalho, ou seja, a heterogeneidade das equipes de trabalhadores, maior serão as condições para que a organização aumente a sua capacidade produtiva, pois esta diversidade pode fomentar a criatividade, contribuindo com a criação de novos produtos, novos processos e na abertura de novos mercados.

O Blog Mais Recursos tem o prazer de abordar este tema tão importante, onde daremos uma ênfase especial ao conflito de gerações.

A diversidade se dá de acordo com o sexo, a raça (por exemplo, as etnias hispânica, asiática e afro-americana), a origem (imigrantes), a idade (multigerações), a deficiência física, os parceiros (homossexuais, heterossexuais, bissexuais, solteiros, etc.) e a religião (por exemplo, dependendo da religião há dias que os empregados não podem trabalhar).

Geração

Na verdade, as organizações precisam gerir grupos heterogênicos de trabalhadores que se formam em decorrência das diversas características desses profissionais. Uma delas é a da idade, que apresenta necessidades próprias a serem consideradas e atendidas, conforme cada faixa etária.

Antigamente o intervalo entre as gerações era idêntico à sucessão dos pais pelos filhos, com intervalo de 25 anos entre uma geração e outra. Nesta época o contexto social, econômico e político em que as pessoas cresciam, possuía um cenário mais estável e por isso as gerações se alternavam em intervalos maiores.

Devido às rápidas mudanças sociais, econômicas e tecnológicas, pode-se notar a formação de uma nova geração, com características substancialmente diferentes da anterior em intervalos de apenas 15 anos ou menos.

Pode-se afirmar hoje que as gerações são produtos da sociedade na qual estão inseridas. As suas aspirações, crenças e costumes vão depender do contexto histórico em que vivem.

Com um mundo cada vez mais globalizado e cheio de inovações tecnológicas, já há estudos que apontam para intervalos cada vez menores entre as gerações, sendo que este intervalo de tempo já se encontra em torno de 10 anos.

As principais gerações que podemos apresentar são as seguintes:

1 – Veteranos;

2 – Baby Boomers ;

3 – Geração X;

4 – Geração Y;

5 – Geração Z.

O quadro, a seguir, mostra de forma didática uma forma mais convergente para o início e fim de cada geração.

Quadro Multigeracional

Geação

Nascimento

Ingresso no mercado de trabalhoSaída do Mercado de TrabalhoAnos de idade em 2018

Veteranos

1930-19441950-19641985-1999De 74 a 88

Baby Boomers

1945-19651965-19851980-2020De 53 a 73

Geração X

1966-19801986-20002021-2035

De 38 a 52

Geração Y1981-20002001-20152036-2050

De 18 a 37

Geração Z20012016 aos dias atuais2066 ou mais

Até 17

Fonte: elaboração própria (2018)

Como se pode observar, no quadro acima, a geração dos veteranos já está praticamente extinta nas empresas, havendo a predominância das gerações Baby Boomers, Geração X e Geração Y, além da recente entrada de membros da Geração Z.

Principais características de cada Geração

Os valores e necessidades variam de uma pessoa para outra, porém refletem a sociedade em que o indivíduo foi criado. O estudo das variadas gerações é importante para a explicação e a previsão de comportamentos.

Por exemplo, trabalhadores na faixa dos 60 anos podem aceitar melhor a autoridade do que as gerações mais novas.

Em contrapartida, trabalhadores na casa dos 30 anos costumam se rebelar mais do que seus pais em oposição à horas-extra e trabalho nos finais de semana e feriados. Além disso, as gerações mais novas têm maior probabilidade de abandonar uma carreira na metade para buscar outra que lhes ofereça mais tempo de lazer.

A presença de várias gerações convivendo e atuando no ambiente de trabalho impõe o desafio de se aproveitar o que cada grupo possui de melhor, e para isto as organizações devem reconstruir todos os seus acordos, tais como o respeito à autoridade, os códigos de vestimenta, carga horária e os horários mais flexíveis de trabalho.

Seguem abaixo as características das gerações que contribuíram com o mercado de trabalho a partir de meados do século XX:

Veteranos (possuem de 74 a 88 anos de idade em 2018).

Estes profissionais valorizaram o trabalho árduo, o conservadorismo, conformismo e a lealdade à organização.

Os veteranos, também chamados de geração silenciosa, admiravam a geração anterior, que lutou na 2ª Guerra mundial, e seus valores de patriotismo e sacrifício próprio para o bem comum. Herdaram um “mundo melhor”, em paz, e a partir daí, buscaram estender este mundo ao invés de mudá-lo.

Apesar desta geração já ter praticamente deixado o mercado de trabalho, seu estudo é importante para se entender suas características, obtendo-se assim uma melhor compreensão das mudanças que ocorreram nas gerações posteriores e os principais valores de cada uma.

Geração Baby Boomer (possuem de 53 a 73 anos em 2018).

Apresentam uma desconfiança maior na autoridade do que a geração anterior. São pragmáticos e acreditam que os fins podem justificar os meios.

A organização só é importante para o desenvolvimento de suas carreiras. Buscam a realização pessoal e o reconhecimento social.

Os Baby Boomers queriam construir uma carreira sólida. Valorizavam a fidelização ao trabalho. Para eles a carreira deveria trazer realização e não apenas bens materiais.

Em posições de liderança empregavam teorias participativas e motivacionais, sendo preocupados com a manutenção de um bom ambiente de trabalho e de justiça.

Geração X (possuem de 38 a 52 anos em 2018).

Os membros desta geração trabalham para viver, mas não vivem para o trabalho. São mais fáceis de serem recrutados, porém mais difíceis de serem mantidos em seus empregos.

Trocam de organizações conforme a necessidade da família. Também são empreendedores, ambiciosos e imediatistas. Não buscam apenas a realização profissional, querem que ela venha juntamente com qualidade de vida.

Os membros dessa geração são pessoas que dão muita importância à família e aos relacionamentos.

Dão importância ao dinheiro, porém não estão dispostos a trocar a qualidade de suas vidas pessoais, como por exemplo, mais tempo para o lazer e a companhia de amigos e familiares por aumentos de salário, títulos, promoções, etc.

Além disso, são menos dispostos a se sacrificar por seus empregadores do que as gerações anteriores.

Nessa geração há uma participação mais efetiva das mulheres, com um aumento da sua autonomia dentro da sociedade.

Por fim, os membros dessa geração revolucionaram a internet, criando o Google, a Amazon e o YouTube.

Geração Y (possuem de 18 a 37 anos em 2018)

Esta geração é formada de trabalhadores que ingressaram mais recentemente no mercado de trabalho. Foram criados já utilizando tecnologia. Assim como a geração anterior, gostam de trabalhar em equipes, contudo confiam mais em si mesmos do que na própria equipe.

Valorizam a liberdade e uma vida de conforto. Dão mais valor ao dinheiro do que a geração anterior.

Os membros desta geração são questionadores e colidem com o modelo tradicional de hierarquia, possuem autoconfiança e em virtude disto não temem o desemprego. O trabalho é um meio e não um fim.

São flexíveis, individualistas e competitivos. Possuem maior agitação, impaciência e necessidade de estarem conectados. No ambiente de trabalho estão mais preocupados com suas próprias carreiras do que com o bom funcionamento dos processos das empresas.

Misturam a vida pessoal com a profissional numa intensidade maior do que as gerações anteriores. Se observarem uma dificuldade maior de crescimento dentro de uma empresa, buscam uma nova mais rapidamente do que as gerações anteriores, sendo mais rotativos nas organizações.

É uma geração que não vê limites claros entre a vida pessoal, familiar e o trabalho. Muitos possuem home office e ainda esperam trabalhar a qualquer hora, de qualquer lugar virtualmente e com mais flexibilidade.

Algumas características da Geração Y se tornam mais intensas na Geração Z, como a falta de cerimônia com os pais, levando à indiferença sobre autoridade, admirando mais a competência real (e os bons exemplos na empresa) e não simplesmente a hierarquia.

Além disso, vivem com sobrecarga de informações, apresentando dificuldades de correlacionar os conteúdos e possuindo necessidade de estar conectados, e ainda, são agitados, ansiosos e imediatistas.

Geração Z (possuem até 17 anos de idade em 2018)

Esta é uma geração que cresce observando, copiando e ampliando sua necessidade de conectividade aprendida dos mais velhos. Buscam resultados profissionais, cuja medida possa ser determinada juntamente com a possibilidade de crescimento na carreira.

Estão mais interessados em matemática e ciências do que artes e ciências sociais. Estudos no Brasil revelam que esta geração é composta de jovens os quais poderão chegar em sua maioria à idade de 25 a 35 anos, vivendo na casa dos pais, possuindo uma independência relativa, contribuindo apenas com suas próprias despesas de faculdade, locomoção e vestuário.

É uma geração mais protegida pelos pais, que ainda arcam com muitas despesas para sustentá-los, além disso, estes jovens possuem uma maior dificuldade de planejarem suas vidas para o futuro.

A geração Z é mais individualista, impaciente e mais conectada do que as gerações anteriores.

Seguem muito mais o carisma dos seus líderes do que a hierarquia dos pais ou das empresas.

Por fim, ressaltamos a necessidade da gestão estratégica de pessoas nas organizações em estar preparada no sentido de ter o conhecimento do perfil dessa geração, posicionando-se adequadamente para atender as necessidades de satisfação e motivação no trabalho, da forma mais adequada possível, contribuindo assim para que o seu potencial seja aproveitado ao máximo.

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Msc. Adriano Coêlho. Economista, Especialista em Gestão Pública, Mestre em Sistemas de Gestão, Fundador do Blog Mais Recursos.